Será que é? Ou será que não é?

Posted: segunda-feira, 12 de abril de 2010 by Priscila Taíssa in Marcadores:
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Oi oi galera.

Lá vamos nós de novo responder às questões de nosso querido professor. Você que está a par das últimas notícias já deve estar sabendo que a campanha de vacinação contra a influenza H1N1 começou no Brasil. Nossa tarefa foi analisar três documentos que esclarecem, entre outras coisas, sobre o que contém a vacina. Está aí a questão:

Em qual documento a sociedade deve acreditar? Qual é autêntico? Justifiquem a resposta com a análise diplomática e tipológica de cada documento.

Documento 1: E-mail que está circulando na internet

É furada... O documento não possui assinatura, data, nem cronológica nem tópica, somente o texto em si. Não há nenhum elemento que garanta sua autenticidade. Pode ter sido escrito por qualquer um, com interesse qualquer, seja de alertar as pessoas seja de pregar mais uma mentira via “corrente”. Não há embasamento teórico suficiente para se afirmar a veracidade do que foi dito. O e-mail pode até ser genuíno. Ele é o que diz ser. Um e-mail comunicando sobre as contrapartidas da vacina H1N1. Se o que ele traz é verdade ou não é outra história. Não há como saber quem ou que entidade o produziu e nem que atividade o gerou. Duvidamos muito de sua veracidade e autenticidade. Não acreditaremos nele com facilidade.

Documento 2: Notícia publicada no portal do Ministério da Saúde – MS

Esse sim. O documento possui título, assinatura, data cronológica, identificação da entidade produtora (MS), foi publicado no site oficial do MS e foi produzido por uma atividade. Todos são elementos que garantem sua autenticidade. Confiaríamos mais nesse documento, tanto na sua veracidade quanto na sua autenticidade. Também parece ser genuíno.

Documento 3: Nota de esclarecimento

Outra furada. Apesar do documento possuir identificação da entidade produtora (MS) e o brasão da República Federativa do Brasil, fica difícil dizer se ele é autêntico e mesmo verdadeiro. O site em que foi baixado permite que se faça o upload de qualquer documento sem o questioná-lo em nada. Apesar de estar em .pdf, ele pode muito bem ter sido editado por qualquer um, inclusive há um trecho do texto em que a cor da fonte difere da cor do restante do texto, pondo mais uma vez em dúvida sua autenticidade. As informações podem até coincidir com as do documento 2, mas a atividade que o gerou e a entidade produtora podem terem sido falsificadas. Por não ter uma autenticidade tão clara e até duvidosa, pensaríamos duas vezes antes de dizer que ele é autêntico e genuíno.

7 comentários:

  1. Ok, deixa ver se eu entendi.
    Um documento pode ser autêntico e não ter veracidade. Ou seja, pode ser autêntico mesmo se suas informações são falsas. Já para ser genuíno é necessário que ele seja autêntico e tenha informações verdadeiras.
    Se estou correta, então desculpem nosso erro.
    No documento 1, por favor desconsiderem a parte que fala que ele possa ser genuíno.

  1. Desculpa pelos dois comentários excluídos. Vcs podem excluir a exclusão...rss Estive vendo um melhor jeito de escrever isso. É só um feedback pq eu acho que em sala não tivemos tempo de trabalhar esses conceitos de uma maneira melhor. Culpa da greve! Muito legal a discussão de vcs. Porém, em alguns pontos os conceitos estão sendo confundidos, pelo menos no que diz respeito a leitura da Duranti. Autenticidade diz respeito aos elementos que condizem com as formas legais de produção do documento. Esses já foram bem discutidos por vocês nos posts anteriores. Agora a genuinidade relaciona estes elementos ao peso de quem diz o que. Ou seja, se o emissor do documento pode ser confiável para dizer o que está dizendo. Essa distinção não vale sob um ponto de vista histórico, posto que esta ciência só avalia o conteúdo dos documentos. Por isso, para a história autêntico é sinônimo de genuíno. Dito isso, o e-mail não pode ser genuíno. Assim como a genuinidade da nota de esclarecimento tb pode ser colocada em xeque, como vcs mesmo colocaram muito bem. Acho que a confusão é pq não tivemos um tempo legal pra ver esses conceitos em sala. É normal. Achei ótima a discussão. :) Abraços

  1. Muito obrigada Rodrigo.
    Realmente, acho que confundimos os conceitos durante a leitura. Grata pela explicação.

  1. Quando discutia com a Priscila sobre trazer essa diferenciação entre genuíno e autêntico ficou implícito nossa dúvida quanto a isso, mas arriscamos pra nos sujeitarmos a possíveis correções mesmo. Valew Rodrigo, fique à vontade pra trazer esses esclarecimentos. Estamos aqui pra isso.

    Acho que se eu fizer uma analogia a teoria da legitimidade dos atos administrativos (Direito) eu consiga entender melhor. Genuinidade estaria ligado a capacidade ampla (competência) do produtor da informação de emití-la? Independente das características que garantam a autenticidade?

  1. ahááá. Agora vc tocou no ponto chave. Bom, vamos lá. hummmm, deixa ver como dizer isso. (pensando...rs). Ser genuíno é isso mesmo. Se o direito administrativo fala num representando de uma autoridade pública que garante o que está dizendo. Veja bem, a Duranti destaca três tipos de autenticidade: a diplomática, a legal e a histórica. Uma é independente da outra. A DIPLOMÁTICA diz respeito aqueles que foram escritos conforme as práticas do local e do momento em que foram criados (REGRAS BUROCRÁTICAS) - elementos intrínsecos e extrínsecos. Já a LEGAL diz respeito aos documentos que dizem ser o que são por serem de um representante de uma autoridade pública que garanta a sua genuinidade. Enquanto que a autenticidade HISTÓRICA está relacionada à veracidade dos fatos. Logo, um documento não validado por uma autoridade pública pode ser DIPLOMÁTICA e HISTÓRICAMENTE autêntico, pero... jámas LEGALMENTE autêntico. Um documento que não foi escrito conforme as regras pode ser LEGAL e HISTÓRICAMENTE autêntico... pero jámas DIPLOMÁTICAMENTE. E por último um documento que foi escrito conforme as regras burocráticas e por uma pessoa competente, mas que não diz o que realmente aconteceu pode ser DIPLOMÁTICA e LEGALMENTE autêntico... pero jámas HISTÓRICAMENTE autêntico. Enfim, a Duranti explicita isso apenas para demonstrar que uma autenticidade independe da outra. Eu resumiria assim:
    DIPLOMÁTICA: regras burocráticas do tempo e do espaço?
    LEGAL: competência de dizer o que diz (genuíno)?
    HISTÓRICA: estou falando a verdade?
    Não sei se fui claro, mas espero. Relembrando que isso é da leitura da Duranti. É isso ai. Valeu.
    Abraços

  1. Não sei se estou falando besteira, mas pelo que entendi seria assim:
    DIPLOMÁTICA: quando o documento é criado dentro de certas "regras de criação", seria um padão, algo pré-determinado (com hífem ou sem hífem agora?) para cada tipo de documento;
    LEGAL: quando o documento possui características que o tornam capaz de cumprir ou provar atividades no âmbito legal, juriciamente falando;
    HISTÓRICA: quando o documento mostra o que realmente aconteceu.

    seria mais ou menos isso?

  1. Aê Átilaaaaa... muito melhor do que eu! Mas na LEGAL só acrescenta o fato de estar no âmbito de uma pessoa que tenha competência para dizer o que diz. Isso ai. Abraços